quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Editorial

Carnaval - história - Cultura Brasileira - UOL Educação



Lendo um texto publicado no Jornal Sudeste hoje, comecei a concordar com vários pontos, mas em outros infelizmente me fez retalhar algumas palavras aqui. Entendo que, com ou sem o carnaval, as mazelas do mundo sempre existirão. Sempre existirá, nos lado de quem controla e de quem é controlado, aqueles que abusam e desafiam as ordens e as normas.

Durante o carnaval o Brasil se inverte. Os pobres e oprimidos, os excluídos, costuma vestir-se de gente “poderosa”: Reis, rainhas, príncipes e princesas, coronéis, políticos, soldados e etc. Já os ricos, gente excessivamente granfina, gente opressora, juntamente com aqueles que podem desfrutar de algum poder, de algum cargo relevante, mesmo que temporário, ficam vestidos de camisetas, bermudas, chinelos de dedo, vão ficando de fora. Apenas assistindo aos pobres-ricos passarem. Os ricos que, por algum motivo pessoal ou profissional não estão participando, ficam de fora. Não podem.

Mesmo que entrem (comprando uma fantasia), serão sempre figurantes menores no show que é dos pobres-ricos. Ninguém na face da terra é tão “feliz” como aquele favelado que samba e encanta o mundo em um sambódromo no Rio de Janeiro. Vira rei por 03 dias. Falando em rei, na Roma antiga, o carnaval começou assim. Resolveram liberar 03 ou 04 dias para a população não seguir mais regras, fugir da norma, para que ao final, todos tirassem a conclusões de como é importante a ordem e as regras na sociedade. Ninguém é mais feliz que o pobre, que uma vez na vida, tem condições de sair na avenida desfilando pelo 100% Ordinário. Queeta! Daí a incrível beleza do Carnaval do Brasil minha gente. E é assim que ele deve ser entendido e respeitado. Há em todo lugar do mundo seus carnavais, só muda o nome e a forma de se realiza-lo. É nesse momento que a desigualdade se inverte e, pelo menos por três ou quatro dias, quem obedece, manda, e quem manda, se tem juízo, obedece.

Tentemos enxergar o carnaval além do sexo, bebidas, drogas e álcool. Você já parou pra pensar que no Carnaval tudo é mais permitido justamente porque, durante esses três dias, quem está por cima é quem geralmente o resto do ano sempre está por baixo? Já pararam pra ver o orgulho das pessoas ao participarem de um bloco, de um grupo carnavalesco e que lá dentro todos são iguais?

Nem tudo na vida baseia-se na ordem e no equilíbrio... O dia que resolvermos respeitar nossas tradições, nossa identidade, possivelmente seremos mais respeitados como nação.. Ou não!? Podemos continuar comemorando Halloween, Dia de ação de Graças, achando que Rock é muito mais importante que a MPB. Aí meu chapa, o 1° mundo agradecerá sempre o 3° mundo, mas continuaram causando danos físicos e moral aos latinos brasileiros lá fora...Povo sem identidade é talhado!

Mário Sérgio