sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Menos hipocrisia e mais dignidade - No natal


Começou mais uma véspera de natal e final de ano, e quando se aproxima o mês de dezembro, é sempre a mesma coisa: uma onda de campanhas contra a fome, contra o frio, muitas vezes num calor de 40 graus como o de Palmas. Nessas campanhas arrecada-se de tudo, até vale-transporte entra no bojo. Tudo isso parece que vai limpando as consciências mais pesadas, principalmente as da alta sociedade, que estiveram com elas (as consciências) atrofiadas durante os outros onze meses do ano. Fazem doações fervorosas, como se toda a miséria do país acabasse em um mês de campanha. É como se todos os brasileiros miseráveis, de repente, ficassem felizes com a bondade dos homens que imperam aqui na terra. Para ser bem sincero, essa prática não difere muito das propagandas televisivas que assistimos: Um natal sem fome, um natal mais feliz, com aquele bando de gente cheia de oportunidades declamando o amor ao próximo, com um saco de alimento não perecível na mão.Todo natal vemos transbordar a velha hipocrisia humana, principalmente quando se aceita uma virada de ano com fome, um carnaval com frio, uma páscoa sem brinquedos, um dia das crianças sem felicidade, mas nunca, nunca teremos um natal que tenha fome, frio e infelicidade! Enquanto não chega o natal, o povão vai se contentando com o tal Bolsa Família durante os 360 dias do ano. Ainda temos a tão falada cesta básica, aliás, quem foi que listou o que deve conter dentro de uma cesta básica? Sal, macarrão, extrato, sardinha, arroz, feijão, óleo, bolacha pra quem te quero, fécula de milho, leite e açúcar? Onde ficam as carnes? As frutas? As verduras? O material de higiene pessoal e de limpeza doméstica? O gás? A conta de energia e de água? O aluguel? A tal cesta básica não tem nada de básica, ela na verdade, é totalmente vazia. Só serve mesmo para alimentar, mesmo que ficticiamente, as consciências de políticos e dos ditos bons samaritanos... Há! E nem adianta você vir com o discurso lulapetista de que para quem não tem nada qualquer coisa é luxo... O pior de tudo, é que a famigerada cesta, serve até mesmo de moeda de pagamento de penas alternativas na justiça, ou seja, o cabra é condenado por um crime de menor potencial ofensivo, daí, ao invés dele ir pra trás das grades, ele só paga umas 50 cestas básicas e pronto! Um absurdo! O que o povo precisa mesmo é de uma ação social efetiva e não apenas paliativa. De atitudes decentes por parte dos dirigentes. A palavra de ordem nesse natal ou em qualquer época do ano, deve ser a “dignidade”! De que adianta uma cesta básica, um punhado de brinquedos, se no resto do ano é cada um por si e Deus por todos? No natal abrimos os vidros, as janelas, os portões... Depois que ele passa, travamos os vidros, lacramos as janelas e eletrificamos os mesmos muros e portões com medo dos assaltos. Será que ninguém nunca vai se preocupar com “as causas” da fome, do frio e da infelicidade? O desemprego, a falta de saneamento, a falta de moradia, em resumo, tudo isso é falta de dignidade. Essa sim é a verdadeira causa a ser combatida. Qual seria a cura? Muito trabalho, organização social, vontade política, menos corrupção, pulso firme daqueles que estão no comando. Num país que diz que “em se plantando, tudo dá”, é inadmissível que haja fome ou até mesmo desnutrição. Ao invés de cesta básica, um empreguinho básico alimentaria bem durante todo o ano... Um “natal com mais dignidade”, encaixaria muito melhor nas campanhas. E até mesmo o velho Papai Noel não ficaria tão de saco cheio dessas hipocrisias, dessa auto-promoção dos corações superficiais. Basta agente cantar nesta natal aquela música: Você tem fome de quê? A gente não que só comida...

Mário Sérgio

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

S. O. S. para UFT de Porto Nacional

Qualidade é hoje sinônimo de sucesso, tanto em empresas privadas como no setor público. E ela só é conseguida quando ocorre a participação efetiva dos integrantes da instituição na promoção da melhor integração entre os gestores, funcionários e alunos (nosso caso). Por isso, entendo que os líderes que encabeçam chapas do C.A. e D.A., devem organizar manifestações de todos os tipos.

Seria muito bom se o ministro da educação desse uma passada rápida lá no Campus da UFT de Porto Nacional, que no meu modo ver, encontra-se literalmente largado às traças. Conclamo aqui a todos os alunos da UFT de Porto Nacional, para participarem dessas manifestações, cada um com um cartaz na mão, fazendo sua manifestação, pedindo que intervenham junto às autoridades competentes, no sentido de melhorar a nossa situação.

Mário Sérgio Xavier, Aluno da UFT de Porto Nacional
email: mariodno@gmail.com

A dura realidade do campus de Porto Nacional não é nova, ela é bastante antiga e os próprios professores e alunos mais antigos são testemunhas disso. Já faz muito tempo que a instituição vem funcionando a trancos e barrancos. O campus anda totalmente esquecido pelos gestores e autoridades ligadas à área. Poderíamos até comparar o campus de Porto Nacional, com uma cidadezinha do interior do Tocantins, onde existem os poderes constituídos, existem verbas, temos os prefeitos, temos os secretários, temos muitos funcionários, mas o que predomina é a total falta de vontade. Nas cidades do interior, o progresso para no tempo e a única mudança visível, é quando muda o prefeito e este sai colorindo os prédios públicos da cidade com as cores de seu partido.

O campus universitário de Porto Nacional é uma piada em termos de infra-estrutura, tecnologia, material didático, equipamentos, salubridade e conforto, tanto para os alunos, como para os professores e funcionários. Na parte pedagógica não estamos supridos, falta professores para várias matérias, estamos sem aula durante boa parte da semana e muitos alunos serão forçados a formar mais tarde. Tanto que tenho estudado a possibilidade de entrar com uma ação contra a UFT por retardar nossa formação por ingerência e descaso. Temos alguns excelentes professores, mas outros são arrogantes e de péssima qualidade.

No ano 2000, por exemplo, iniciei o curso de Letras e acabei abandonando. Agora, no ano de 2009, retorno à UFT de Porto Nacional e me deparo com a mesma realidade, ou seja, nada de inovador e espetacular, nada que seja verdadeiramente digno de aplausos.

Mudaram as caras dos alunos e os professores são os mesmos, a biblioteca mudou de lugar e os livros são os mesmos. Os computadores, que eram velhos Macintosh, foram substituídos por Pentium 100, ou seja, hoje são sem memória alguma. A sala de xérox melhorou sua logística de balinhas, sorvetes, chicletes, mas continua insalubre, pequena, cara e insuficiente pra quem passa quatro ou cinco anos tirando cópia. O auditório é o único setor que seria digno de aplausos, caso não fosse tão pequeno. As paredes continuam manchadas, sujas, algumas estão cheio de rachaduras, ou seja, visualmente até os presídios ainda estão melhores que agente. As carteiras são verdadeiro lixo, os banheiros estão entulhados de bagulho, falta sabão, limpeza e cuidados. As salas de aula são quentes, sujas e os equipamentos para uso nas salas de aula são poucos. Esporte? Talvez só o carro de diretores do Campus.

Por essas e outras é que alguma coisa um pouco mais “radical” (chamativa) tem que ser feita. Vamos tirar foto dos pontos críticos da faculdade e depois mandar pra jornais, para ver se obtemos algum resultado. Vamos nos mobilizar e chamar a atenção para essa realidade que pode e deve ser mudada. Peguemos nossos microfones e vamos usá-los fora da universidade também.

Sete de setembro, independência ou morte?!

Mário Sérgio Melo Xavier
(Colaboração para o EstadoWeb)


Lembro-me como se fosse hoje, de quando eu dava uma boa polida no meu sapato preto, tingia aquela calça surrada de azul e me deliciava com um café da manhã bastante reforçado, uma vez por ano. Toda essa preparação era para participar dos desfiles de 07 de setembro que ocorriam em Dianópolis-To. Todos os anos, o barulho da fanfarra dos alunos do Instituto de Menores e das bandas da polícia militar, saiam ensurdecendo a cidade, mas lá estava eu, com meu uniforme colegial, todo gomadinho, acenando a bandeira do Brasil, juntamente com centenas de outras crianças que, como eu, até podia não entender bem o que aqueles soldados representavam com aquelas armas, aquela belicosidade toda, mas sentia certa vibração, uma energia contagiante, como que me convidando a integrar à aquele grupo, mostrando-me que havia algo maior a defender, para tomar conta, e que era meu, o meu país!

Porém, os anos vão passando e vamos vendo que, na verdade, pouca coisa agente sabia (e ainda não sabe) sobre a comemoração. O que estudamos é que foram muitos os antecessores de Dom Pedro I que tentaram a independência, mas muitos vieram a morrer, como foi o caso do inconfidente Tiradentes, por volta de 1780. Depois de muitas tentativas, Dom Pedro I, enfim, conseguia dar “um jeitinho” de resolver a tão sonhada independência. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de mais de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro I teve que recorrer a um empréstimo da Inglaterra. Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil e Dom Pedro I ficou com toda honra e toda glória. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado dessa independência. A sensação que fica é que as comemorações vieram para construir um imaginário, fazer com que os sujeitos se reconhecessem em sim mesmos e por eles fossem representados, significando a passagem de uma situação de “colonizados” para “livres”, a partir do nascimento do Estado Brasileiro. As práticas do sete de setembro vieram para abarcar um conjunto de estratégias e técnicas para fazer funcionar a máquina disciplinar que visava, unicamente, a formação do novo homem brasileiro, que tem que ser patriota, cristão, trabalhador, “disciplinado”. Na verdade, o que veio após a fase de colonização, não mudou em nada vida dos novos “brasileiros”. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte a D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou e até os dias de hoje ainda se beneficia com isso.

Portanto, diante dessa perspectiva, trago-lhes, à título de reflexão, uma frase de autoria do imortal Chico Xavier: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim... " Ou seja, apesar de o Brasil já ter começado errado, isso não significa que agente não possa recomeçar um novo Brasil, não amanhã, mas agora. Um belo passo para isso, seria escolher os candidatos de forma lúcida e independente nessas eleições. Nós que somos dianopolinos, tocantinenses, brasileiros, não somos de esperar, sempre fomos de decidir, de fazer acontecer, de dar um boi para não entrar em uma briga, mas de dar uma boiada para não sair dela. Ao longo de nossa história já mostramos que nossa resposta é corajosa, destemida, que somos combatentes, assim como os soldados que eu via em minha infância. Todos nós devemos relembrar/comemorar o sete de setembro, buscando uma Dianópolis, um Tocantins e um Brasil melhor. O “marcha soldado, cabeça de papel!” que agente tanto ouvia em nossa infância, deve sair das cabeças da criançada e se transformar em pipas coloridas, rumo ao céu desse nosso Brasil, que é povoado de uma brava gente brasileira, que faz de cada pipa o desejo de uma real liberdade, de uma real independência. Exigir a independência que hoje nos apresenta através das frases: trabalho certo todos os dias, comida quente na mesa, educação dos filhos assegurada, a saúde certinha e os políticos a serviço de toda gente.

TEXTO PUBLICADO NO JORNAL O ESTADO

quarta-feira, 7 de abril de 2010

CRÍTICA DO FILME TRÓIA MITOLOGIA

UFT
CAMPUS DE PORTO NACIONAL
HISTÓRIA – 2º - NOTURNO

CRÍTICA DO FILME TRÓIA


Ao fazermos um comparativo entre a história do lendário Aquiles e o filme de Tróia, verificamos que há pouca informação inicial no filme, quanto a vida de Aquiles, visto que ele é o ator principal da história. Portanto, o filme não fornece mais detalhes do início da vida dele, como por exemplo, tratando um pouco mais sobre sua invulnerabilidade, seu calcanhar vulnerável e o porquê dele ser considerado um semi Deus. De acordo com a lenda, durante a guerra, que, aliás, durou cerca de 09 anos, e não apenas poucas semanas, como se vê no filme, houve muitas intervenções por parte dos Deuses para ambos os lados, já no filme, isso é pouco trabalhado. Na verdade, o filme se mostra mais realista do que a poética mitológica de Homero. A guerra entre Troianos e Gregos não se baseou apenas no rapto da rainha espartana Helena, havia também outros fatores que poderiam ser mais tratados no filme.

Não se vê falar muito sobre Ájax, parceiro de Aquiles, que na mitologia seria quem carregou Aquiles após a sua morte. Porém, no filme, ele acaba morrendo em combate antes de Aquiles. A Ilíada não é seguida, principalmente no advento do famoso Cavalo de Tróia. Este acontecimento é pouco valorizado no filme. Menelau também não morre na batalha final, sobrevive e retorna com Helena ao seu reino. Na Ilíada, Helena não foge com Paris, que também perece no incêndio de Tróia. Aquiles não morre na ocasião criada pelo filme, mas sim durante o período de trégua, por conta da flechada traiçoeira de Paris.

Ainda quanto ao Cavalo de Tróia, a importância da ação dos gregos foi reduzida a uma simples idéia de Ulisses para penetrar nos portões de Tróia. Não aparecem ainda, os outros Deuses que participaram ativamente da trama, como Apolo, Zeus e Atenas. Não havendo seguido direito a história, tudo se tornou um grande motivo para várias e várias pessoas lutarem das mais diversas formas possíveis. O filme Tróia proporciona belas cenas, mas há nele muitos problemas quanto à construção da história, faltando identificar os vários detalhes históricos que poderiam ser aprofundados no poema homérico.


Aluno: Mário Sérgio Melo Xavier

Pesquisa:

HOMERO, Ilíada. Rio de Janeiro, Ediouro, s/d.

http://br.librosintinta.com/iliada-homero/pdf/start-110/

terça-feira, 30 de março de 2010

O HOMEM E O FIM DA DEVOÇÃO PELA NATUREZA

O HOMEM E O FIM DA DEVOÇÃO PELA NATUREZA


Durante os primeiros resquícios de vida humana na terra, o homem demonstrava um grande respeito e adoração pela mãe natureza. Basicamente, a idéia inicial dessa devoção, nasceu com o culto ao “deus sol”, este que era tido como um ser superior, pois iluminava o dia e permitia que toda a vida na terra pudesse enxergar caçar e se aquecer. Era como se o sol fosse a vida, e a escuridão da noite fosse a morte. O homem há poucos milhares de anos atrás, tinha um convívio e harmonia com a natureza, que poderíamos dizer que ele sentia-se parte da natureza. Ele, ainda que intuitivamente, sabia que fazia parte deste “todo” que os gregos antigos já chamavam de *physis. O homem, a natureza, os deuses gregos, tudo era imanente ao cosmos. Dessa maneira, sabia-se que um estava ligado ao outro, nasceram juntos, eram irmãos. Durante a idade antiga, por exemplo, o homem se reconhecia diante da natureza e expressava o chamado politeísmo (crença em vários deuses), visto que o monoteísmo (crença em um só deus) só fora aparecer bem mais tarde, com advento do Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Algumas civilizações mais antigas, como as Egípcias, adoravam deuses antropomórficos, ou seja, davam forma humana a animais ou objetos inanimados. Outras civilizações, como a Grega, acreditavam que o raio, a chuva, o sol, o fogo, a terra e muitos outros elementos da natureza eram deuses. Percebe-se que o homem respeitava “exageradamente” a natureza e temia a sua força destruidora. No âmago de sua existência na terra, o homem já sabia que “poderia” ser filho da natureza, visto que todos nós, de alguma forma, somos constituídos de elementos que também são encontrados na natureza. Sob esta ótica, faltava ao homem pré-histórico e antigo, apenas um pouco mais de respeito e temor ao próximo, pois as carnificinas que foram praticadas durante as guerras, nas disputas por territórios e poder, acabaram deixando o ser humano cada vez mais lobos de si mesmos.


O homem deixou de lado o respeito pela natureza e passou a beatificar pessoas. Baseados nos chamados livros sagrados (evangelho), que foram escritos pelos seus próprios semelhantes, o homem passou a se colocar como o centro do mundo. Apesar de terem uma lei divina, criaram suas próprias leis, dividindo o mundo em apenas dois planos: O plano de Deus e dos homens. Como o homem passou a imaginar Deus como sua imagem e semelhança, era de se esperar que ele iria dividir “um só Deus” em vários. Motivados pelas “diferenças” raciais e culturais, passaram a acreditar em histórias diferentes, dando várias cores e formas há um mesmo ser, há uma só essência. O plano natural (da natureza das coisas) foi deixado de lado e hoje muitas vidas pagam (e vão pagar) por este descaso todo que é praticado. Apesar disso, ainda temos alguns cultos e religiões que rebuscam um pouco do antigo politeísmo, mas todos eles sofreram certo sincretismo, quando associou, por exemplo, Orixás aos santos católicos. Mas a essência do culto a estes Deuses continua sendo dividida basicamente em quatro elementos: água, terra, fogo e ar. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias. Os indígenas, desde os tempos das civilizações Astecas e Maias, que muito antigamente povoaram as Américas, antes mesmo da imposição católico-européia, manifestavam em seus rituais e cerimônias o respeito e a devoção pela “mãe” natureza. Ainda hoje, uma simples abóbora ou uma mandioca, frutos de sustentação básica da alimentação dos povos indígenas no Brasil, são todos celebrados e respeitados como algo divino. O respeito que existe entre caça e caçador também é algo muito encenado em seus rituais.


Apesar de tudo isso, o que mais vemos hoje em dia, são árvores que demoraram 50, 200 ou até 500 anos para crescerem e que em dois minutos são jogadas ao chão, sem que o homem pense nas conseqüências. O ar poluído, o solo cada vez mais pobre e o meio ambiente em geral, estão enferrujando juntamente com as maquinas humanas. O homem moderno pensa apenas no imediato, no que se deve ganhar neste momento, não pensa nem mesmo em seus filhos e netos, que com certeza irão sofrer no futuro. A ganância e a irresponsabilidade estiveram e estão presentes em todos os povos, em todas as religiões e a natureza tem dado sua resposta. Enfim, o homem “imperfeito que é”, está mexendo com algo perfeito e de repente tudo tem mudando muito rápido, sempre para pior. Apesar de vermos o empenho de muita gente em preservar a natureza, tudo isso leva a crer que o homem moderno perdeu sua identidade, a partir do momento em que virou as costas para aquilo que lhe deu a vida, que é a natureza. A chamada “mãe natureza” proporcionou a todos a oportunidade de ser feliz, mas o homem infelizmente nunca soube fazer uso dessa felicidade.

“Conta certa lenda, que tudo que cai nas cachoeiras do Cavalo queimado e Rio da Conceição: As folhas, os insetos, os galhos das árvores, se transformam em pedras do seu leito... Quem dera se eu pudesse arrancar o coração do meu peito e atira-lo na correnteza e então, não haveria mais a dor, nem saudade, nem lembranças desse maravilhoso paraíso que se transformará em concreto e cimento no futuro...”

Fragmento de um poema.

Mário Sérgio Melo Xavier
Acadêmico do curso de história
UFT – Porto Nacional
Autor do Blog: www.dnoto.blogspot.com

*Physis - Segundo os filósofos pré-socráticos, é a matéria que é fundamento eterno de todas as coisas e confere unidade e permanência ao Universo, o qual, na sua aparência é múltiplo, mutável e transitório.

Algumas fontes lidas:
http://super.abril.com.br/superarquivo/1990/conteudo_111939.shtml
http://www.oclick.com.br/colunas/toledo35.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Physis

terça-feira, 16 de março de 2010

AVALIAÇÃO DO GOVERNO

Como vi algumas críticas aqui contra o PT, mais especificamente contra o Governo Lula, gostaria de expor minha opinião sobre assunto. Primeiramente, quero dizer que nem de partido eu gosto, acho que deveria era acabar com partido político, não existe mais fidelidade e concordância ideológica mesmo... Quanto ao Governo, primeiramente eu farei uma breve retrospectiva, baseando apenas no que já li e/ou no que lembro dos que já passaram:

Eu diria que José Sarney “tocou” o país já democrático, com uma inflação tão alta, que poderíamos compará-la com o calor diário de Palmas-To... Quando vc pensava que o trem estava esfriando, logo vinha aquele calor de rachar o cano! Foram planos e planos e muitos fracassos. E o pior de tudo, não se aposentou e continua mamando nas tetas do erário. Logo em seguida, veio Collor, que trouxe o famoso confisco, escandalizou ainda mais a já bem conhecida corrupção e iniciou alguns processos de privatizações. Itamar, pra ser bem “franco” com vocês, só lembro mesmo do famoso topete assanhado, da campanha pelo Fusca e daquela mulher sem calçinha no carnaval, mais nada!

Fernando Henrique Cardoso estabilizou a economia que se encontrava à beira de um colapso e privatizou... Criou o plano real e privatizou. Só não privatizou as esposas de todos os brasileiros, porque não ficou mais tempo no poder. Lula, entre muitas coisas boas e ruins (como a velha corrupção), fortaleceu a economia, promoveu o corajoso corte de impostos para impulsionar à economia, principalmente em época de crise. Migrou o atual salário de “micro” para “mínimo” e continua prometendo que vai transformá-lo em um salário de verdade. Fez e continua fazendo tanta, mas tanta coisa, que é de se admirar que ele continue não sabendo de nada!

Então minha gente? Lula seria “o cara”? Na minha opinião ele não é ! Ele apenas se destaca em um grupo formado por péssimos e/ou medianos governantes. Lula é muito bom em algumas áreas e péssimo em outras, mas pelo menos está deixando coisas que, se não forem bem geridas, não serão mais aceitas pelo povo. O que não dá mais para aceitar nesse país minha gente, é o cara entrar, roubar e sair em leso de tudo. Outro problema brasileiro, além do comodismo, é o irritante “fanatismo” de muitos, que adora sair dizendo que “tal político” é 100% bom, quando não existiu e nem existe ainda. Se tiver que me diga! O que não é aceitável é ficar com essa idolatria idiota!

terça-feira, 9 de março de 2010

OS DEUSES DO OSCAR

Ao fazer uma leitura mais atenta da mitologia greco-romana, percebi que ela nos mostra um mundo de fantasia, aventuras, intrigas, romances, prazeres e que, no meu entendimento, não diferencia muito da vida dos artistas (cantores, atores, celebridades) da modernidade. Na mitologia grega, existiam centenas de deuses, e estes, frequentemente se encontravam no monte Olimpo. Durante os encontros era realizada uma enorme festa. Não só durante os encontros, mas todos eles (os deuses) viviam em paraísos de riquezas, luxos e prazeres inimagináveis. Naquele tempo, conta a mitologia, alguns “privilegiados” mortais podiam subir ao monte Olimpo e se deliciar com vida de sonhos daqueles Deuses. A meta era sempre reproduzir um tipo de situação, um tipo de privilégio, que os simples mortais não poderiam nem sequer imaginar poder existir, muito menos participar. Séculos depois, já na idade média, as cortes substituíram o Monte Olimpo pelos belos castelos luxuosos. Lá, em meio a tanto ouro, parques maravilhosos, fontes de água cristalinas, salas de jogos e salões de bailes, reproduzia-se uma situação semelhante a dos deuses. Naquele tempo, a Igreja também era adepta dessas “pomposidades” reais. Para o povo daquele tempo, uma festa na corte era a reprodução da vida do céu na terra. Já para a plebe, sobrava apenas tentar reproduzir a vida do inferno aqui na terra.

No dias de hoje, a pomposa festa do Oscar, surge justamente para ocupar o espaço deixado pela mitologia, pelas bacanais festas romanas e as grandes folias das antigas cortes. Em Hollywood, porém, são os deuses de carne e osso, as divindades da moderna sociedade que vive do entretenimento. São eles, os artistas de cinema e cantores a nova nobreza da sociedade. São eles os novos deuses e deusas dignos de admiração ou de repúdio. As atividades deles, bem vistas ou não, são vasculhadas na internet e em centenas de revistas sensacionalistas, os seus amores, seus gostos e seus gastos são constantemente expostos em reportagens chamativas, num interesse que não difere muito dos antigos mortais pelas suas divindades do Olimpo. Para mim, o Oscar é então, a consagração final dos novos deuses, a noite em que os “astros” desfilam perante aos seus súditos no enorme tapete vermelho. São tantas as coincidências, que estima-se que os deuses olímpicos eram 6 mil, ou seja, é a mesma lotação do auditório Hollywoodiano, onde os prêmios são concedidos. Da mesma forma do antigo Olimpo, alguns poucos mortais também são convidados a participar desta festança. Mas não se anime em pensar que eles são admirados, pois a noite do grande prêmio é essencialmente uma cerimônia dos “seres sobrenaturais” do cinema. Antigamente eles também chegavam em belas charretes, todas bem detalhadas/trabalhadas em ouro, hoje, eles chegam em limusines, trajando chamativas ou escandalosas roupas, ostentando jóias raríssimas e especiais para a ocasião. Mas a principal diferença entre eles, porém, é que os deuses que habitavam o Olimpo eram “imortais”, já os do cinema, são apenas divindades descartáveis, utilizáveis momentaneamente. Dentro de algum tempo, a maioria deles não serão mais lembrados, serão todos consumidos pela incrível capacidade humana de consumir e consumir...

Mário Sérgio Melo Xavier
www.dnoto.blogspot.com


Fonte de informações: http://www.tiosam.net/enciclopedia

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Nas curvas das estradas

As estradas de todo país já são altamente perigosas por si só, seja pela condição precária, seja pelo grande volume de carros e imprudência dos motoristas, mas sinceramente, não dá para entender o porquê de tantas curvas em uma rodovia, principalmente nos terrenos planos e aparentemente regulares. Quando estou viajando a trabalhando pelo Tocantins, vejo que as rodovias estaduais se transformam em verdadeiros caracóis em lugares totalmente desnecessários. Talvez um engenheiro possa calar minha boca e me explicar melhor isso, mas a única certeza que tenho é que algumas curvas matam (e já mataram) mais que qualquer serialkiller no mundo.

Já vi curva que mais parecia um cemitério de tanta cruz fincada no solo. Quando a estrada contorna trechos irregulares e montanhosos, ainda se justifica, mas fazer “curvícula” a torto e a direita, sem o menor sentido prático, agente começa se perguntar. Já ouvi falar por aí, que não só as curvas, mas as grandes voltas que as rodovias fazem, servem apenas para “desviar” ou “passar” na frente de algumas fazendas, atendendo aos caprichos de grandes fazendeiros. Como se já não bastasse superfaturar as construções dessas estradas, ainda fazem politicagem com o traçado delas. Todos sabem que as estradas são como nossas veias e se dificultamos a circulação sanguínea, poderemos ter sérios problemas.

Outra coisa impressionante, é que não vemos citar nas estatísticas, as tragédias com mortes desnecessárias envolvendo inocentes motoristas nas curvas mal projetadas ou conservadas. O que se sabe é que, no Brasil, os desastres no trânsito em dez anos custaram mais de cinco bilhões de reais aos cofres públicos, mas para diminuir os gastos, acho que deveriam, pelo menos, corrigir algumas curvas de alto risco. Fazendo isso, já pouparíamos a vida de muita gente nas estradas. Não é raro encontrar curvas pelas rodovias do país, que são apelidadas de “curvas da morte”, basta digitar estas palavras no Google e vocês verão centenas delas. Isso sem contar as que não são famosas, como as que eu vejo por aqui, percorrendo as rodovias estaduais do Tocantins.

Seja na ultrapassagem, seja pela má condição da pista, seja pela falta de sinalização, as curvas são verdadeiros pesadelos, tanto que o povo já as transformou em dito popular: Temos que contornar “as curvas da vida” (dificuldades, tragédias). As curvas são tão famosas, que estão também em belas canções, como a do rei Roberto Carlos, que utiliza “As Curvas da Estrada de Santos” para falar de um amor perdido. Mas para não alongar e finalizar o texto, vou utilizar a bela música de Leonardo, Na Curva da Estrada, onde ele finaliza a música dizendo: “O vento soprou, de mim te levou. Eu fiquei sozinho pelas madrugadas. O sonho acabou, o sol se apagou. Na curva da estrada...”

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Opinião

Lidando com o tempo

Fico impressionado com o tempo, como ele tem passado rápido e a cada ano ele parece ficar mais veloz. É difícil acreditar, por exemplo, que já se passaram 29 anos da minha vida e que agora em 2010 irei “trincar”, como dizem por aí, quando uma pessoa vai completar 30 anos de idade. Algumas pessoas mais velhas logo dirão: Vinte nove! Ainda está muito novo rapaz! Mas a verdade é que no íntimo da gente, nós não aceitamos de bom grado as fases da vida. A verdade é que é difícil lidar com essa idéia de tempo. Aos poucos é que vai “caindo a ficha” e agente vai percebendo, não na gente, mas nos outros, os quilômetros que já foram percorridos nessa maratona da vida. São os irmãos e primos menores crescendo, os amigos casando, a responsabilidade a cada dia aumentando, a plantinha na porta de casa virando árvore, nossos pais ficando mais velhos e etc.

Será porque então que nós sentimos que um ano, por exemplo, passa cada vez mais rápido do que o outro? Começamos empolgados no dia primeiro de janeiro, daqui a pouco já é carnaval, logo chega a páscoa, depois vem as festas juninas, férias de julho, natal, final de ano novamente e pronto, acabou mais um ano. Imagino que a “rotina” diária, repetitiva como ela é, acaba nos dando a impressão de que um ano está ficando mais rápido que o outro. Por isso é que devemos viver o mais intensamente possível “tudo” nessa vida, fazer coisas novas e diferentes, viajar para lugares diferentes, visitar outras culturas, onde a história do local possa ser estudada e assim nós iremos passar a viver um “ano novo” de verdade, uma nova história, e não “apenas” mais um ano.

Por isso, sempre que posso, quando retorno a minha casa lá em Dianópolis, gosto de visitar os álbuns de fotografias antigas. Para mim é como se agente entrasse e assistisse a uma missa dominical, ao sair, agente sempre sai mais feliz, mais leve, mais disposto e principalmente agradecido por ainda poder estar aqui vivenciando as coisas boas da vida. O tempo em nossas vidas é exemplificado através de músicas, como a do Rei Roberto Carlos, Amor sem limites:

“O tempo passa, tudo passa, mas no peito,
O amor permanece
E qualquer minuto longe é demais.
A saudade atormenta,
Mas qualquer minuto perto é bom demais
O amor só aumenta...”

Ou atém mesmo através de propagandas veiculadas na TV, como aquela que incentiva a população a doar seus órgãos,

“Um minuto molhando na chuva é muito, mas um minuto pra se despedir de alguém especial é pouco. Um minuto para você decidir se entra na casa, quando você já se encontra no portão é muito, um minuto para se decidir entre a vida e morte é pouco. Um minuto sem respirar é muito, já um minuto respirando é pouco. Um minuto a mais de trabalho é muito, já um minuto a mais de descanso é pouco. Um minuto longe da pessoa amada é muito, já um minuto perto é pouco...”

No reino animal também temos grandes exemplos de como lhe dar com o tempo. Quando estiver muito afobado ou nervoso no trânsito, por exemplo, imagine que você é uma tartaruga ou uma lesma, que vivem fazendo tudo com calma e precisão. Quando necessitar de agilidade é só fazer bí-bí e lembrar do Galo do deserto (papa-léguas). Devemos tratar a palavra tempo como algo bom, favorável para nós mesmos e não como um inimigo imbatível. Muita gente também acredita que o tempo não para, mas para mim, quando ficamos sentados, com preguiça, desanimados e reclamando da vida, estamos automaticamente parando e perdendo nosso tempo. Portanto, viva enquanto há tempo!


Mário Sérgio Melo Xavier
www.dnoto.blogspot.com

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Meus parabéns mãe!

Maria de Lourdes

No dia 22 de janeiro de 1949, em meio aos numerosos jardins familiares de Dianópolis, brotava a mais bela rosa entre tantas, uma rosa que Deus me permitiu ter como mãe, que me ensinou a pratica da humildade com relação ao próximo e dentro de um simples objetivo de vida, mostrou-me em simples palavras o que tinha de melhor dentro do seu ser, algumas vezes com palavras rígidas, mas de grande valor educativo para mim e meus irmãos. Foi quem melhor preparou os seus três filhos para a vida lá fora, pois nos ensinou a chorar para jogar fora a tristeza e a perdoar mesmo quando formos machucados. Com incontestável dedicação, fez como a maioria das mulheres que são mães, tendendo a se colocar sempre em último lugar na sua lista de prioridades, esquecendo-se de arranjar um tempo para si. Primeiro os filhos, a casa, o marido, o trabalho,... É incrível como tudo para uma boa mãe vem antes dela mesma!

Minha mãe é daquelas de sofrer calada, que não sabe magoar ninguém, preferindo ser magoada, mas está sempre pronta para nos fornecer uma palavra amiga e confortadora. Ela sabe o jeito certo de nos dominar, de nos por freio, fato que nos deixa mais seguros nessa vida. Com muito carinho, humildade e suavidade, sabe nos unir de uma forma simples e eficaz, que é através do amor. Uma heroína desconhecida, mas que é muito querida pelos seus filhos, parentes e amigos. Com destemor, continua seguindo nesse barco da vida, vencendo as tempestades e os ciclones sem que lhe recaia um só pingo. Com seu carisma, bondade e amor, está sempre de pé na proa desse barco da vida, sabendo enfrentar com altivez e conformidade todas as intempéries que a vida lhe apresenta. Minha mãe, como tantas outras, é o eixo de sustentação, a espinha dorsal, sem querer, com isso, achar que pai não é importante, só que o “ninho doméstico” inclina-se naturalmente para as nossas mães. Até porque, são elas as únicas pessoas que compreendem o nosso choro quando não sabemos falar, que estão sempre dispostas a ajudar e a perdoar sempre, inclusive dos erros mais imperdoáveis.

Esta é minha mãe, Maria de Lourdes Melo Xavier, ser supremo e inigualável que foi criado por Deus, com sentimentos incapazes de serem compreendidos e recompensados por nós filhos, visto que algumas vezes a magoamos sem querer, sem esperar. É como se não nos importássemos em demonstrar nossa gratidão e “dívida” por termos existido, por termos o simples privilégio de respirar, sorrir, cantar, entre outros prazeres... Por isso mãe, você que me concebeu, que sempre cuidou de mim, seu querido filho está aqui a homenageá-la, está aqui de longe gritando aos quatro cantos do mundo virtual onde essas linhas possam ser lidas, dizendo que te ama muito e desejando que Deus continue lhe dando cada vez mais saúde e paz...

Meus parabéns mãe !

Mário Sérgio Melo Xavier

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Opinião

O melhor de Cuba é o cubano!

A história da Cuba antecede a do Brasil e é tão antiga que chega a coincidir com a época do descobrimento da América, por volta de 1490 por Cristóvão Colombo. Somente em 1902, quando findou a intervenção militar, que foi proclamada a República de Cuba, mas ainda assim, o domínio republicano continuou nas mãos dos E.U.A.. Cuba, como tantas outras, passou a ser apenas uma colônia americana e era famosa por possuir belos cassinos e cabarés. Era o refúgio de políticos, magnatas e mafiosos que vinham da Europa e da América. Cuba sempre foi vista como uma região de lazer para os “poderosos”. Para se ter uma idéia, o negócio era mais ou menos como o turismo que os “gringos” fazem no Brasil até hoje... Mas ao contrário daqui, lá em Cuba, ainda na década de 50, surgiu o polêmico Fidel Castro, que juntamente com outros revolucionários, empreenderam a chamada “revolução cubana”. Mais tarde, Che Guevara uniu-se a ele e em dezembro de 1956 mobilizaram todo o país a lutar pela “libertação”.

Através dessa revolução, que brasileiro nenhum acreditaria que poderia dar certo, eles saíram vitoriosos e acabaram mudando a história de um país inteiro. Como conseqüência, as relações diplomáticas com os Estados Unidos da América foram cortadas e a partir de então foi estabelecido um embargo econômico esmagador na ilha. Mesmo assim, após 04 décadas do novo regime, Cuba ainda resiste ao bloqueio comercial dos E.U.A. Ainda assim, o país conseguiu obter grandes resultados na arte, na educação, na medicina e no esporte. Imagine só se não tivesse ocorrido esse bloqueio? A “pior coisa” para os cubanos não foi o povo lutar pelo seu país, pelos seus ideais. Também não é o regime ditatorial, o que massacrou (e ainda massacra) aquele povo foi a covardia do bloqueio imposto pelos americanos, que nunca aceitaram perder. Isso sim devastou o país e a chamada mídia grande (capitalista) não falava (e nem fala) em momento algum.

Cuba fez como a maioria de nós brasileiros, “arriscou” investir para ser dono do seu próprio negócio. Quis deixar de ser empregado para ser patrão, mas escolheu um ramo que estava em pleno declínio. Eles acharam que seria fácil tocar o seu negócio com o nome sujo na praça (no mundo capitalista) e hoje a população paga por essa escolha. Se desde a época de seu descobrimento (a mesma coisa vale para o Brasil) Cuba tivesse lutado por sua independência, com certa liberdade para obter um pouco mais de abertura econômica, teria tudo para ser uma das maiores nações do mundo. Cuba apenas fez uma opção diferente do Brasil, mas ambos não souberam aproveitar melhor suas escolhas, assim como fez os chineses, que hoje são capitalistas, mas totalmente disciplinados pelo regime socialista-comunista.

Para se ter uma idéia, mesmo com o bloqueio e a ditadura, 70% de sua população hoje possui nível universitário e isso tem gerado pessoas que não querem mais trabalhar no campo. A saúde lá é pública e de ótima qualidade. Os impostos por lá se resumem em apenas dois: Os 11% do Imposto de Renda Federal e os 14% da Seguridade Social. Portanto, acho que nós brasileiros não somos o povo mais “ideal” para fazer comparações com Cuba, pelo menos com o lado bom daquele país, pois nunca tivemos bloqueio algum, nossa saúde é uma das piores do mundo, a educação avança a passos curtos, não há investimento maciço em todos os esportes (só futebol), a corrupção não deixa distribuir melhor a renda e os impostos... Sobre eles prefiro nem comentar!

Sabemos que o regime fechado e ditatorial imposto por Cuba nos dias de hoje já não é mais aceitável, mas a meu ver, não deixa de ser um regime diferente das democracias, onde milhões de pessoas depositam seus votos nas urnas e elegem “livremente” os seus representantes “movidos” e “manipulados” pela ditadura televisiva, pelo cabide empregatício e principalmente pelo poder econômico. Quem o diga o nosso amado Brasil! Por isso é que acho que não devemos carregar preconceitos por Cuba ou por qualquer outra nação, pois o melhor de Cuba é o cubano.


Mário Sérgio Melo Xavier
Autor do Blog: www.dnoto.blogspot.com

Dica de link's:

http://www.portocomcuba.org/cuba_supera_portugal_em_indicado.htm

http://www.dnoto.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=506:contrastes-cubanos&catid=3:o-povo-conta&Itemid=56