Agente ouve falar muito da época da ditadura e também da época que imperava as siglas dos partidos PÓS-DITADURA, ARENA e MDB. Onde o então “Senhor”, ou seja, o “Presidente” do partido político ARENA comandava os votos de cabrestos do eleitorado pobre e miserável, trocava voto por cesta básica e até mesmo por um pé de botina para trabalhar na roça. Só que a referida troca era feita da seguinte forma: O eleitor se comprometia a votar no candidato apoiado pelo tal “senhor” e ganhava um pé de botina e depois da apuração dos votos, se o candidato fosse eleito ou reeleito, o eleitor recebia o outro; ou ainda, no caso de cesta básica, o eleitor recebia um “vale-voto” que após as eleições seria convertido em produtos alimentícios, caso houvesse a vitória do tal candidato.
Esta vergonha durou umas duas décadas, até que o povo mais esclarecido conseguiu derrotar o tal líder ou sei lá se foi com a morte do mesmo, que a política tomou outro rumo... Tudo mudou, realmente. E era isso mesmo o que eles queriam. A ditadura caiu, veio a “liberdade”!!!
Liberdade para roubar legitimamente amparados pela imunidade política. Liberdade para assassinar pessoas, famílias e povoados carentes com o desvio de verbas públicas em benefícios próprios. Liberdade para mentir descaradamente na mídia rádio-televisiva para milhões de eleitores não esclarecidos e despreparados. Liberdade para eleger-se e reeleger-se com a eterna retórica repetitiva de que "o povo esquece rápido".
Hoje, o voto de cabresto funciona assim: Se o candidato X não ganhar as eleições e se o candidato Y for eleito vai acabar com a BOLSA FAMILIA e as VAGAS DO PROUNI. E, então, o povo sofrido, maioria absoluta deste País, corre às urnas e deposita o único poder que tem: O VOTO.
E, no outro dia, o resultado das Urnas: vitória esmagadora do candidato X.Os votantes não sabem quão poderosa arma tem em suas mãos, pois milhares destes, jamais passaram por uma Escola de Primeiro Grau ou nem sabem desenhar o próprio nome e aí como vão ter um raciocínio lógico? Como vão contestar o aumento dos salários dos Deputados e senadores?
Meu Deus! Que coisa triste! Estudar esse passado e pensar que três décadas não foram suficientes pra mudar a cabeça do povo. Quantas décadas ainda será preciso para que esta gente sofrida enxergue o engodo do nosso dia a dia?
Mário Sérgio