sexta-feira, 10 de setembro de 2010

S. O. S. para UFT de Porto Nacional

Qualidade é hoje sinônimo de sucesso, tanto em empresas privadas como no setor público. E ela só é conseguida quando ocorre a participação efetiva dos integrantes da instituição na promoção da melhor integração entre os gestores, funcionários e alunos (nosso caso). Por isso, entendo que os líderes que encabeçam chapas do C.A. e D.A., devem organizar manifestações de todos os tipos.

Seria muito bom se o ministro da educação desse uma passada rápida lá no Campus da UFT de Porto Nacional, que no meu modo ver, encontra-se literalmente largado às traças. Conclamo aqui a todos os alunos da UFT de Porto Nacional, para participarem dessas manifestações, cada um com um cartaz na mão, fazendo sua manifestação, pedindo que intervenham junto às autoridades competentes, no sentido de melhorar a nossa situação.

Mário Sérgio Xavier, Aluno da UFT de Porto Nacional
email: mariodno@gmail.com

A dura realidade do campus de Porto Nacional não é nova, ela é bastante antiga e os próprios professores e alunos mais antigos são testemunhas disso. Já faz muito tempo que a instituição vem funcionando a trancos e barrancos. O campus anda totalmente esquecido pelos gestores e autoridades ligadas à área. Poderíamos até comparar o campus de Porto Nacional, com uma cidadezinha do interior do Tocantins, onde existem os poderes constituídos, existem verbas, temos os prefeitos, temos os secretários, temos muitos funcionários, mas o que predomina é a total falta de vontade. Nas cidades do interior, o progresso para no tempo e a única mudança visível, é quando muda o prefeito e este sai colorindo os prédios públicos da cidade com as cores de seu partido.

O campus universitário de Porto Nacional é uma piada em termos de infra-estrutura, tecnologia, material didático, equipamentos, salubridade e conforto, tanto para os alunos, como para os professores e funcionários. Na parte pedagógica não estamos supridos, falta professores para várias matérias, estamos sem aula durante boa parte da semana e muitos alunos serão forçados a formar mais tarde. Tanto que tenho estudado a possibilidade de entrar com uma ação contra a UFT por retardar nossa formação por ingerência e descaso. Temos alguns excelentes professores, mas outros são arrogantes e de péssima qualidade.

No ano 2000, por exemplo, iniciei o curso de Letras e acabei abandonando. Agora, no ano de 2009, retorno à UFT de Porto Nacional e me deparo com a mesma realidade, ou seja, nada de inovador e espetacular, nada que seja verdadeiramente digno de aplausos.

Mudaram as caras dos alunos e os professores são os mesmos, a biblioteca mudou de lugar e os livros são os mesmos. Os computadores, que eram velhos Macintosh, foram substituídos por Pentium 100, ou seja, hoje são sem memória alguma. A sala de xérox melhorou sua logística de balinhas, sorvetes, chicletes, mas continua insalubre, pequena, cara e insuficiente pra quem passa quatro ou cinco anos tirando cópia. O auditório é o único setor que seria digno de aplausos, caso não fosse tão pequeno. As paredes continuam manchadas, sujas, algumas estão cheio de rachaduras, ou seja, visualmente até os presídios ainda estão melhores que agente. As carteiras são verdadeiro lixo, os banheiros estão entulhados de bagulho, falta sabão, limpeza e cuidados. As salas de aula são quentes, sujas e os equipamentos para uso nas salas de aula são poucos. Esporte? Talvez só o carro de diretores do Campus.

Por essas e outras é que alguma coisa um pouco mais “radical” (chamativa) tem que ser feita. Vamos tirar foto dos pontos críticos da faculdade e depois mandar pra jornais, para ver se obtemos algum resultado. Vamos nos mobilizar e chamar a atenção para essa realidade que pode e deve ser mudada. Peguemos nossos microfones e vamos usá-los fora da universidade também.

Sete de setembro, independência ou morte?!

Mário Sérgio Melo Xavier
(Colaboração para o EstadoWeb)


Lembro-me como se fosse hoje, de quando eu dava uma boa polida no meu sapato preto, tingia aquela calça surrada de azul e me deliciava com um café da manhã bastante reforçado, uma vez por ano. Toda essa preparação era para participar dos desfiles de 07 de setembro que ocorriam em Dianópolis-To. Todos os anos, o barulho da fanfarra dos alunos do Instituto de Menores e das bandas da polícia militar, saiam ensurdecendo a cidade, mas lá estava eu, com meu uniforme colegial, todo gomadinho, acenando a bandeira do Brasil, juntamente com centenas de outras crianças que, como eu, até podia não entender bem o que aqueles soldados representavam com aquelas armas, aquela belicosidade toda, mas sentia certa vibração, uma energia contagiante, como que me convidando a integrar à aquele grupo, mostrando-me que havia algo maior a defender, para tomar conta, e que era meu, o meu país!

Porém, os anos vão passando e vamos vendo que, na verdade, pouca coisa agente sabia (e ainda não sabe) sobre a comemoração. O que estudamos é que foram muitos os antecessores de Dom Pedro I que tentaram a independência, mas muitos vieram a morrer, como foi o caso do inconfidente Tiradentes, por volta de 1780. Depois de muitas tentativas, Dom Pedro I, enfim, conseguia dar “um jeitinho” de resolver a tão sonhada independência. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de mais de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro I teve que recorrer a um empréstimo da Inglaterra. Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil e Dom Pedro I ficou com toda honra e toda glória. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado dessa independência. A sensação que fica é que as comemorações vieram para construir um imaginário, fazer com que os sujeitos se reconhecessem em sim mesmos e por eles fossem representados, significando a passagem de uma situação de “colonizados” para “livres”, a partir do nascimento do Estado Brasileiro. As práticas do sete de setembro vieram para abarcar um conjunto de estratégias e técnicas para fazer funcionar a máquina disciplinar que visava, unicamente, a formação do novo homem brasileiro, que tem que ser patriota, cristão, trabalhador, “disciplinado”. Na verdade, o que veio após a fase de colonização, não mudou em nada vida dos novos “brasileiros”. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte a D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou e até os dias de hoje ainda se beneficia com isso.

Portanto, diante dessa perspectiva, trago-lhes, à título de reflexão, uma frase de autoria do imortal Chico Xavier: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim... " Ou seja, apesar de o Brasil já ter começado errado, isso não significa que agente não possa recomeçar um novo Brasil, não amanhã, mas agora. Um belo passo para isso, seria escolher os candidatos de forma lúcida e independente nessas eleições. Nós que somos dianopolinos, tocantinenses, brasileiros, não somos de esperar, sempre fomos de decidir, de fazer acontecer, de dar um boi para não entrar em uma briga, mas de dar uma boiada para não sair dela. Ao longo de nossa história já mostramos que nossa resposta é corajosa, destemida, que somos combatentes, assim como os soldados que eu via em minha infância. Todos nós devemos relembrar/comemorar o sete de setembro, buscando uma Dianópolis, um Tocantins e um Brasil melhor. O “marcha soldado, cabeça de papel!” que agente tanto ouvia em nossa infância, deve sair das cabeças da criançada e se transformar em pipas coloridas, rumo ao céu desse nosso Brasil, que é povoado de uma brava gente brasileira, que faz de cada pipa o desejo de uma real liberdade, de uma real independência. Exigir a independência que hoje nos apresenta através das frases: trabalho certo todos os dias, comida quente na mesa, educação dos filhos assegurada, a saúde certinha e os políticos a serviço de toda gente.

TEXTO PUBLICADO NO JORNAL O ESTADO