sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Rolando o que rola....

"Como a votação da CPMF já estava a favor do governo, preferi me abster, como voto de protesto" deputado Clodovil Hernandes (PTC-SP), esquecendo-se de que também era possível votar contra a CPMF



"Rapaz, para tirar o coco, não basta balançar o pé que ele não cai. Quem quiser, vai ter que subir no pé e retirar o coco com as próprias mãos" senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em resposta aos seus colegas que querem vê-lo longe da presidência do Senado



"Deixa o homem arrecadar!" Ciro Gomes, deputado federal (PSB-CE) e presidenciável, defendendo a prorrogação da CPMF em conversa com colegas na Câmara.




"Não sei o que é mais difícil: eu marcar pontos em Interlagos ou o Corinthians continuar na Primeira Divisão" Rubinho Barrichello, piloto da Honda, que consegue fazer piada com o seu péssimo desempenho nesta temporada.


"Se os 'demos' estão dizendo que vão fechar questão (contra a CPMF), é um problema deles", Lula, ao se referir aos parlamentares do DEM
Fonte: Revista Época


Para mim nunca tá bom...


Tropa de Elite é fichinha

Wagner Moura reclamou de mim. Foi um tal de fascista para cá, fascista para lá. Tudo porque fiz um comentário despretensioso sobre suas poses nos cartazes promocionais de Tropa de Elite. Ele está certo em reclamar. Ninguém pode julgar o trabalho de um ator baseado em meia dúzia de fotografias. E era só isso que eu conhecia de Wagner Moura: meia dúzia de fotografias estampadas nos jornais.

Na última segunda-feira, com grande esforço, consegui me arrastar até o cinema para assistir a Tropa de Elite. Como um carro-patrulha da PM carioca, o filme demora um bocado para carburar, mas acaba engrenando depois de uma hora. Wagner Moura faz seu papel direitinho. Contrariamente ao que aparenta nas fotografias, ele é contido, sereno, economizando nas narinas arfantes e nos arqueios de sobrancelhas. Talvez fosse o caso até mesmo de me desculpar.

Um dia depois de assistir a Tropa de Elite, acompanhei as imagens bem mais assustadoras de Jean Charles de Menezes em Londres, momentos antes de ser assassinado pela polícia local com sete tiros à queima-roupa, como se o metrô de Stockwell fosse uma boca-de-fumo no Morro do Turano, no Rio de Janeiro. Jean Charles passou pela roleta, caminhou por um corredor cheio de gente e desceu pela escada rolante, sempre seguido de perto por dois policiais identificados como Ken e Ivor. Em seu depoimento no tribunal, Ivor declarou que o comportamento de Jean Charles lhe pareceu suspeito. O que ele teria a dizer a respeito do comportamento do deputado tucano Paulo Renato Souza, que foi flagrado pela Folha de S.Paulo submetendo um artigo sobre o sistema bancário ao presidente do Bradesco?

A platéia que assistiu à pré-estréia de Tropa de Elite torceu para o protagonista e, pelo que li, aplaudiu as torturas praticadas pelos meganhas do Bope. O fato gerou uma gritaria danada. Como se os espectadores não soubessem distinguir a tortura praticada nas telas da tortura praticada na realidade. É desse jeito que o bom-mocismo instaura sua censura: tratando os espectadores como imbecis, incapazes de interpretar corretamente as idéias e as obras de imaginação.

Bem pior do que aplaudir as torturas praticadas por Wagner Moura em Tropa de Elite é aplaudir as torturas praticadas em nome de Renan Calheiros no Senado. É o que está acontecendo comigo. Eu sei que é errado, mas aplaudo toda vez que, em sua desavergonhada defesa de Renan Calheiros, Ideli Salvatti aparece na TV como se estivesse com um saco plástico enfiado na cabeça, sem ar, com a jugular inflada. E aplaudo toda vez que Aloizio Mercadante esperneia como se estivesse sendo ameaçado com um cabo de vassoura.

Wagner Moura disse que o maior mérito de Tropa de Elite é ter suscitado um debate. O maior – quem sabe o único – mérito do filme é justamente o contrário: ele acaba com o debate. O país é retratado como aquilo que de fato é: uma guerra de bandido contra bandido.

Diogo Mainardi

Fonte: Revista Veja



Sou Lula e não abro !

Vinícius Souto – O senhor acompanha o governo Lula?

O Lula é um governo que vai ficar para a história, porque o brasileiro fez uma revolução pelo voto. Botou um trabalhador no governo, com tendência esquerdista. Todos achavam que seria uma confusão e não é. Falavam que era um analfabeto, o Lula tem pouca escolaridade, mas é mais culto que nós todos aqui. Dispõe de uma cultura política que não é mole não, muitos anos de campanha, de vivência. Às vezes fala de mercado internacional sem pegar papel, fala do problema do Japão, da Índia, tem muita informação. O que é cultura? Cultura é muita informação, não escolaridade. Um cara que é um médico famoso, é sumidade naquilo, no geral fica fora. Há outros fatos, o Lula priorizou nesse período a diminuição da pobreza, a classe média sofreu um pouco mais. Outra coisa, por exemplo, é a primeira vez que tivemos ministros negros, mulheres mandando: Benedita, Matilde Ribeiro, Gilberto Gil, Orlando Silva dos esportes, Marina Silva, o ministro do Supremo etc. Nunca houve na história do Brasil, é um espelho, isso é importante. Antigamente, quando se tinha um filho, falava-se “esse aqui pode ser qualquer coisa”, mas nunca podia imaginar que poderia ser presidente da República. Qualquer trabalhador pode sonhar hoje.
Fonte: Revista Caros Amigos







Pulo Henrique Tamborim...A Globo não era para mim !



"...passei seis anos e meio na Globo em Nova York e nesse período trabalhei praticamente todo domingo para o Fantástico, criando uma certa imagem, dentro da tradição da indústria da televisão, de um repórter de variedades, de assuntos gerais, então estou podendo reproduzir isso na Record no programa Domingo Espetacular, fazendo matérias que vão desde a máfi a russa que tomou conta do Corinthians, ao caso do Abadía, o narcotraficante, o perfil da Adriana Bombom... E consegui uma outra coisa, depois de muito esforço: não fazer jornalismo político. Se você faz jornalismo político em televisão, automaticamente fica algemado."

Fonte: Revista Caros Amigos