quinta-feira, 12 de março de 2009

Editorial



A lei seca nos enormes estádios do Tocantins

O jovem campeonato tocantinense de futebol profissional está à beira de um colapso. Muitas equipes estão passando por dificuldades financeiras e a missão de manter o time no campeonato tem sido sustentada, boa parte, pelo voluntariado e pela boa vontade de torcedores e dirigentes. A cada ano as dificuldades aumentam. Se não bastasse isso, estamos diante de uma redução significativa de torcedores nos nossos “enormes estádios”, por conta da lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas. Diante disso, o time do Araguaína recentemente fez uma reivindicação, que a princípio pareceria até absurda, mas que no meu entendimento, muita gente concordaria, caso fosse feito uma pesquisa nos enormes estádios.

Além disso, estão sendo corajosos ao solicitar algo desse tipo. No meu ver, deixando de lado a hipocrisia do socialmente correto, não tem cabimento aplicar essa lei nos estádios do Tocantins, se nem estádios temos direito! Nem torcedores nós temos, sempre vemos as mesmas pessoas assistindo aos jogos!

Mais uma vez o bom e verdadeiro torcedor de futebol é penalizado por causa da ação de vândalos nos estádios de futebol. A opção de beber ou não um copo de cerveja nos estádios é do torcedor e não do Ministério Público ou da CBF, acho que estes órgãos estão desviando o sentido de suas ações. A realidade de Goiânia não é a mesma do da cidade de Aliança. A realidade de São Paulo não é a mesma de Palmas. Por mais que neguem, a verdade é que infelizmente o torcedor tem deixado de ir aos estádios.

A iniciativa da lei promovida pela CBF, veio com a questão do Brasil sediar a copa, ou seja, evitar vandalismos, violências que por ventura sejam mal vistos lá fora. O interessante é que a propaganda de bebida alcoólica dentro dos estádios continua podendo... Também pudera, a CBF tem um contrato de patrocínio milionário com a AMBEV. Já foi confirmado também, que em alguns camarotes de estádios, como os do Morumbi, é servida cerveja para os bacanas.

Acho que ninguém fica bêbado assistindo uma partida de futebol que tem normalmente 1h e meia de duração. Aqui temos visto mais policiais que torcedores nos enormes estádios e o que a polícia tem que fazer, é controlar a entrada de pessoas já alcoolizadas. Não é a venda de bebida nos estádios que vai diminuir a violência, quem vai para o estádio para fazer vandalismo já vai pre-determinado a isso.

Pergunta-se!? Qual o vândalo de torcida que tem R$ 3,00 para dar em um copo de cerveja nos enormes estádios de futebol do nosso Estado? Essas decisões precisam ser revistas, estudadas, para se adequarem a nossa realidade, os maiores prejudicados nesse caso somos nós torcedores legítimos, que vamos aos estádios para nos divertimos, para termos um momento de lazer e as próprias equipes que perdem na bilheteria.