segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Opiniões que valem !



Na sombra de Barack Obama

Mesmo ainda fora da Casa Branca, o presidente eleito dos Estados Unidos já está assustando as lideranças israelenses, em meio à campanha eleitoral em Israel. As últimas pesquisas indicam que desapareceu o Partido Trabalhista, predominante em Israel desde a fundação do país e que agora apenas conseguiria 11 cadeiras no Knesset, menos de 10 por cento do total de 120 parlamentares. O partido da direita, o Likud de Benjamin Netanyahu, teria 35 cadeiras.

O Kadima, cuja liderança passou de Ehud Olmert, acusado de corrupção, para a chanceler Zipi Livni, conseguiria 27 parlamentares. Na maioria do povo, ainda dominam os extremistas que apóiam os colonos judaicos mais fanáticos, que negam todo contato de Israel com a Autoridade Palestina ou com o Hamas. Mas, entre as lideranças dos partidos, cresce a consciência de que, com Obama, terão de fazer concessões aos palestinos.

No próprio Likud, Bibi se alarmou com o fundamentalismo dos extremistas. Estes, liderados por Moshe Feigelin, ganhariam 20 das 35 cadeiras destinadas ao Likud pelas pesquisas. Bibi apelou ao Tribunal Interno do Likud, que decidiu reservar vagas para mulheres e para representantes de regiões periféricas, pondo os seguidores de Feigelin no fim da lista de candidatos do partido. Assim Bibi visa assegurar que as posições pragmáticas de concessões aos palestinos prevaleçam sobre o extremismo. Ele declarou:

“Nosso pessoal eleito estará bem preparado para tomar decisões pragmáticas necessárias para garantir as negociações de paz com a Síria e a Palestina, para pôr fim a um conflito de cem anos.”
A mídia, o Kadima, o Partido Trabalhista, os esquerdistas do Meretz e até os comunistas já deram indicações de que pretendem apoiar o pragmatismo de Bibi Netanyahu.

Com isso, os colonos judaicos em território palestino, os fundamentalistas e os nacionalistas da Grande Israel vão ficar em minoria. Tudo depende da seriedade da nova Washington e da coerência do presidente eleito. A certeza é de que só uma “ajuda” de fora pode pôr fim a esse ciclo de violência.

Gershon Knispel é artista plástico.