quarta-feira, 1 de abril de 2009

Editorial

PARA BOA PARTE DA CLASSE POLÍTICA NÃO HÁ CRISE


Nunca foi um negócio ruim ser político aqui no Brasil. Na verdade, muito já se questionou quanto aos altos salários da classe política e nenhuma medida foi tomada. Pelo contrário, ano a ano, o que se vê, são os aumentos estrambólicos das verbas e salários do legislativo e executivo. É a única classe que em meio a uma crise, não é atingida pela contenção de despesas (mordomias) e gastos (aumento de salário). Um grande exemplo está na nossa capital, que a de acordo com o site Transparência Brasil, mostra que entre as capitais de estados a Câmara de Vereadores mais cara por habitante é a de Palmas (TO), que custa anualmente R$ 83,10 para cada morador da cidade. A mais barata é a de Belém (PA), com R$ 21,09 por ano. Em termos nacionais, o Legislativo custa em média R$ 115,27 ao ano para cada habitante de capitais brasileiras.

Nesse momento turbulento, onde alguns gestores preocupados com a crise econômica mundial tentam ajustar seus orçamentos, algumas prefeituras, como as do Tocantins, convivem com salários que beiram ou até ultrapassam a remuneração do presidente da República. O presidente dos Estados Unidos, assim que assumiu a presidência, decidiu congelar os salários dos altos funcionários da Casa Branca para dar bom exemplo, já aqui no Brasil, alguns mandatários não se adaptaram à nova realidade. Só para se ter uma idéia, a Constituição Federal não impede que prefeitos ganhem mais que o presidente.


A única classe trabalhista (nem todos trabalham) que pode aumentar seus próprios salários são os políticos. É revoltante observar que apesar do povo em geral estar pagando toda a conta da crise, muitos PREFEITOS antes da CRISE, aproveitaram para reajustar seus salários, alguns com a desculpa de elevar o salário dos médicos. Já pensou se todos decidissem se “basear” nessa chula tese. O pior de tudo é que um prefeito não aumenta sozinho seu salário, cabe “aos vereadores” avaliar o custo-benefício na hora de decidir sobre o salário do prefeito, principalmente em tempos de turbulência econômica.