quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Editorial

" TV Pública"
Eu duvido que Lula nos seus anseios mais remotos tenha planejado um dia, em qualquer programa de governo das eleições das quais participou, lançar uma TV Pública. É que aqui no país do futebol há tanto dinheiro sobrando, há tanto imposto sendo pago, que ele pode se dar ao luxo de criar os Ministério da Pesca, o da Igualdade Racial, e, a tal TV Pública.

Tive a paciência de assistir a uma entrevista concedida por Tereza Cruvinel, executiva chefe do novo brinquedinho de Lula, no “Observatório de Imprensa”, programa da TVE Brasil. Falou muito e não disse nada que prestasse. Mencionou que a TV Pública pretende – assim, assim – preencher lacunas que as emissoras comerciais não atendem, seja lá que raios isso signifique.

Não relatou metas de audiência, de competitividade ou de desempenho. Vai ser uma coisa assim, meio lúdica, do bem, sabe? Bem inocente. Mal sabem eles que o povo do país do futebol gosta mesmo é de gente dançando na boquinha da garrafa. Se for algo muito elaborado, eles não entendem ou não se interessam.

Será que ela esqueceu que este mesmo povo elegeu Lula duas vezes? Mas, como a grana está sobrando, não vai ficar avexada de gastar 350 milhões de reais no devaneio.

Quanto ao fato de ter sido enviada ao Congresso por medida provisória, ela enfatizou que o Governo tem pressa e não poderia arriscar-se que uma coisa importante como essa passeasse pelas gavetas do congresso ad infinitum. Com isso eu concordo. Afinal, é mais do que interessante se a gracinha ficar pronta até as próximas eleições.

Mário Sérgio