segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Editorial

Envergando 1ª Parte... O que há por trás da cortina dos grandes shows em palmas?

Antes de tudo, gostaria de dizer que em nenhum momento não estou fazendo aqui afirmações, são apenas “suposições” baseadas nos diversos comentários que se ouve pelas ruas. De qualquer forma, não podemos fingir que as coisas não acontecem e que tudo está em seu devido lugar, porque inevitavelmente, para fugir um pouco dos shows de “forró”, tão comuns aqui na capital, agente acaba pagando um pouco mais caro para assistir um show de ritmo diferente.

Diante disso, estive analisando as “grandes festas” e os “shows” com os grandes nomes da música brasileira que aterrissam em Palmas, quase que todo final de semana. Já tivemos: O Rappa, Raça Negra, Chiclete Com Banana, Fagner, Osvaldo Monte Negro, Jorge Aragão, teremos Ricardo Chaves, Cidade Negra e etc... A cidade de Palmas nunca recebeu tantos cantores desse porte em tão curto espaço de tempo. Uma coisa que me deixa intrigado é que a população e o Ministério Público parecem não dar importância, como estes shows são caríssimos e muitas vezes, visivelmente, pela quantidade de gente que paga a entrada, não daria para custear nem mesmo as despesas com a estrutura do evento. Como ficam as outras despesas? Paga tudo com o que se arrecada com patrocinadores?

Aqui em Palmas, conheço muita gente que vive de realizar festas, ou seja, trabalham como promoter’s de shows, festas e eventos. E estes, por realizarem tais eventos, ainda gozam de prestígio político, gerenciando pastas nas secretarias de estado ou município e recebendo cargos comissionados do Governo. Não sei se existe alguma prestação de contas públicas após a realização dos shows, mas penso que deveria ser obrigada a publicidade do que foi arrecadado e do que foi gasto, até porque, além dos patrocinadores comerciais, é o publico que, literalmente, financia os eventos, pois na maioria deles, vemos o Governo e a Prefeitura estampando os panfletos como patrocinadores do evento, ou seja, é o “dinheiro público” sendo investido em “eventos particulares”, muita vezes, em grande quantidade.

Ora, se o maior patrocinador de determinado evento é o Estado e a Prefeitura, porque então cobrar altos preços ao público no ingresso destes shows? Muita gente comenta que por trás da cortina dos grandes shows, se esconde uma prática de lavagem de dinheiro muito comum aqui no Tocantins. É isso mesmo! Políticos e Empresas ligadas ao Estado ou Município investem o dinheiro sujo – muitas vezes desviado ou recebido de forma irregular – nos eventos, gerando em seguida o dinheiro das entradas, que seria o dinheiro limpo. Outra forma simplista seria o Estado ou Município investir dinheiro público no evento e depois, de algum modo, prestam contas desse dinheiro, pois o retorno do evento arrecadado com as entradas, geralmente, ficará guardado com os organizadores para financiar as futuras campanhas eleitorais.

Gostaria muito que minhas “suposições” aqui expostas gerassem algum tipo de investigação por parte do Ministério Público, pois não há clareza ou até mesmo limites no que se arrecada e no que é cobrado nas entradas dos referidos shows. Acho que como consumidores, nós deveríamos ter o direito de saber quanto o Estado ou a Prefeitura investiu. Na verdade, ou se proíbe esta prática, ou que esses valores sejam abatidos no valor que será cobrado nos ingressos. Pois as chamadas “cortesias”, são oferecidas não ao publico, mas aos servidores que geralmente são ligados aos “políticos”, donos de empresas e secretarias que patrocinam tais eventos.

Enquanto não se faz nada quanto isso, cabe-me continuar a discutir e abordar sempre este assunto no meu blog (http://www.dnoto.blogspot.com/) ficando é claro, sempre com uma pulga atrás da orelha...

Há! Já ia me esquecendo, boa festa a todos!

Mário Sérgio
www.dnoto.blogspot.com