quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Editorial



O GOVERNO PECOU POR AUTOCONFIANÇA

Assistindo ao desenrolar da aprovação ou não da CPMF, inicialmente, eu via pequenos grupos, como sindicatos, organizações, todos manifestando e dando “opções” ao Governo. Mas parecia que eles não davam muita bola às correntes que se formavam lutando contra a aprovação do imposto. Eles estavam convictos de que ela seria prorrogada. Depois disso começou as manobras políticas da oposição ao Governo e piorou a situação.

A oposição conseguiu o que queria, prejudicar os "planos do governo" em quase R$ 40.000.000.000....Olha sóóó uuuuuuu taaannntoo de zero !!! Pois é. Já o Governo falhou em não tentar achar formas de amenizar a cobrança do imposto e nem queria comprometer-se em investi-lo integralmente em determinados seguimentos, como saúde e educação, por exemplo. Eu até acho que a CPMF é um imposto justo (quem ganha um milhão paga sobre um milhão, quem ganha um real, paga sobre um real), mas sempre teve um problema, sem aplicação transparente, que cite em números onde este dinheiro está indo é inconcebível votar pela aprovação desse imposto.

Pois é, agora quem poderá ser prejudicado com isso, como sempre, é boa parte do povo mais pobre que depende da esmola do governo, que poderão ficar sem receber a bolsa família . Tomara que o Presidente seja diplomático como sempre foi e saiba conduzir isso tudo com tranqüilidade e não perca as estribeiras.

Tentaram acordos e “acordões”, tanto Governo como oposição, mas a sociedade não quer acordo. Quer é o fim do abuso fiscal. Basta pensar nos milhares de assinaturas de repúdio à renovação da contribuição.

O certo é que a CPMF teve um pai biológico - o PSDB - e um tutor que não se fez de rogado e não sonegou seu apoio -o PFL/DEM. Depois Lula o PT e parte do PMDB queriam se tornar pai adotando o imposto por mais algum tempo. O Governo pecou por "prepotência". Se não quiseram estudar uma forma para agradar a todos anteriormente, agora terão que reinventar uma nova CPMF passando pelo mesmo crivo do senado...

Mas de uma coisa valeu tudo isso, pois o povo brasileiro não pode ser fiador dessas barganhas políticas.


Mário Sérgio
www.dnoto.blogspot.com