quinta-feira, 3 de abril de 2008

Editorial




SÓ NOS RESTA A REFORMA POLÍTICA

O caso dos cartões corporativos, dossiês e CPI’S se estendem, e é utilizado por ambos os lados para promover suas respectivas campanhas, tanto na esfera federal como na estadual. As despesas correm soltas e nós continuamos passivos olhando toda a discussão “sem fundamento” em nossos lugares, tentando escolher um lado que esteja correto. Como se existisse algum.

Toda essa lorota, na verdade, só prova mais uma vez, o oportunismo das esferas políticas e a total “falta de escrúpulos” para manter um governo no poder ou derrubar ele. Mesmo que neguem, o governo é culpado da mesma maneira que os candidatos e parlamentares do PSDB e DEM o são. Tanto, que se fosse de forma inversa, como já foi, eles estariam da mesma forma fazendo manobras e negando tudo.


Então, votar em quem? Talvez não importe mais. A maior luta do brasileiro deveria ser por uma reforma política. Apesar de tarde para tal atitude diante das eleições, continuo com essa tese, e com a certeza de que meu voto vai para o candidato capaz de representar esse interesse. O candidato que estiver compromissado com o desenvolvimento do Brasil, do Estado e do Município com seriedade e equilíbrio, com medidas viáveis, sem discurssismo, tem meu voto. É o mínimo para ingressar no executivo e legislativo: alguém equilibrado que saiba lidar com as várias tarefas impostas a um dirigente. Não apenas discursando, mas atuando com transparência e honestidade.

Não quero candidatos que façam “mais que a obrigação”, quero candidatos que vão além, e tenho certeza de que isso não é utopia. Bons administradores não faltam no país, bons exemplos já temos presenciado, falta, sim, um plano de longo prazo consistente. Contudo, não se deve esperar tudo exclusivamente do executivo. O mais importante para nós no momento é o “parlamento”, e enquanto a população não tiver consciência disso, não haverá motivos para que ocorra realmente uma mudança progressiva para desenvolvimento do Brasil.

Se não agirmos de forma a impor um reforma política neste país, eles nunca a farão. Deputado hoje é totalmente “blindado”. O Deputado pode se reeleger quando bem entender, possui foro privilegiado, imunidade parlamentar, regalias a perder de vista, pode se candidatar mesmo tendo processo judicial nas costas, durante seu mandato pode se candidatar para o executivo, perdendo a disputa, pode voltar tranquilamente e ficar no cargo político até cair os dentes. Esta ação, no meu entender, faz com que ele fuja dos compromissos e promessas feitas durante a campanha, além de estar indo contra o papel a qual lhe foi atribuído quando eleito para representar o povo.

O que fazer? Por enquanto, eu e você, vamos esperando aqui sentados o dia que essa reforma vier, enquanto isso, eu vou votando sem vontade até ter representantes confiáveis.


Mário Sérgio

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