terça-feira, 17 de março de 2009

Editorial


PREFEITO(A) OU DEPUTADO(A)?

Em homenagem ao aumento salarial do “prefeito deputado” de Tocantinópolis (http://www.abocadopovo.com.br/noticia.php?id=3434), como ele mesmo se intitula, resolvi tecer algumas palavras quanto a essa prática “absurda”, que permite ao deputado eleito, após dois anos, candidatar-se a prefeito. A manobra é infinitamente favorável ao político, mas totalmente prejudicial ao povo e a região a qual ele representava. É uma verdadeira trairagem com o povo das cidades onde ele conseguiu voto. Como trabalhar (ou seria se beneficiar) no Executivo e no legislativo? Eis a questão!

Em determinada época, eles saem percorrendo o estado e a região que dizem que vão representar, pedindo voto, prometendo mundos e fundos, depois de dois anos, inicia-se as eleições municipais e lá estão eles. Livres para tentar o pleito no executivo de sua cidade. Negócio dos bons, pois se caso vier a perder, poderá voltar tranquilamente a ser deputado. Agora, se houver indícios fortes de que pode ganhar facilmente, antes da decisão de sair candidato a prefeito, eles compactuam com os prováveis suplentes a deputado, para tentarem manter algumas benesses de sua deputância. Entram nas eleições municipais com infinita superioridade econômica e estrutural, contra os candidatos que nunca foram deputados e depois, sorrindo dos pobres coitados, se auto-intitulam de prefeitos deputados.

O número de Deputados que aderem a essa prática vem crescendo a cada ano, vejamos aqui em Palmas e outras cidades, os Deputados que pretendiam e que candidataram a prefeito: Marcelo Lellis, Nilma Ruiz, Eli Borges, Josi Nunes, Valuar Barros e etc. Como ficam os projetos prometidos e já iniciados? Qual seria a explicação de um deputado que toma essa atitude de sair do legislativo para o executivo? Ou será que ao invés de suplente, ele terá na sua ex-cadeira legislativa um assessor?

Talvez isso explique porque sempre temos os mesmos políticos no poder, pois para nós, cidadãos comuns, sair candidato a alguma coisa, temos que, na área privada, largar o emprego sem direito a retorno ou na esfera pública, pedir licença remunerada, mas perdendo na contagem de tempo no seu PCCS e ainda correr o risco de não ter mais uma lotação quando voltar.

Acho que essa brecha deveria ser tampada, mas espera um pouco aí! Quem cria as leis são eles mesmos... Você criaria algo para te prejudicar? Não? Então acho que nada vai mudar por tão sedo.