terça-feira, 14 de abril de 2009

Editorial

DESABAFO

Tenho visto aqui no estado do Tocantins nesses últimos anos, que alguns políticos que viveram a vida toda lutando contra a tirania de Siqueira Campos, hoje estão querendo voltar a beijar os seus pés e lavarem suas almas com o dinheiro sujo. Na mesma ordem, tem ocorrido com Marcelo Miranda, onde muitos que se uniram a ele pelos mesmos motivos, hoje estão querendo romper a tão famosa aliança. Como se não bastasse, temos na grande maioria das prefeituras, gestores que só administram bem mesmo seu patrimônio. O legislativo municipal e estadual sem um pingo de independência, trabalha para cumprir os despachos do executivo.

Se a oposição virou situação e a situação virou oposição, quem vai fazer o papel de ladrão?

Cada vez mais eu tenho a impressão de que nós estamos sendo passados pra trás. E não estou falando de mulher, não. A verdade é a seguinte meu amigo: o poder econômico financia as campanhas vitoriosas. Grande parte da imprensa, da mídia, em geral, dá aquela força. As pesquisas ajudam. O resultado não pode ser outro. Ganha quem eles querem. E depois de eleitos, grande parte deles ficam comprometidos com o poder econômico. E isso se repete no país inteiro. Estados e prefeituras. E acontece que, depois, cada qual fica na sua. E o povo continua sem representatividade suficiente para mudar o quadro.

Parte do povo, que é honesto, continua trabalhando mais e mais, e ganhando cada vez menos. E parte do povo que não agüenta, parte para a violência e o crime organizado. E parte dos políticos que são honestos não têm força para mudar a situação. É como se, de repente, sem saber, estivéssemos investindo na miséria e na violência. E pelo visto é um bom investimento, pois tem dado resultados. O crime está cada vez mais sofisticado. E a violência cresce a passos largos. Somente quando ela atinge alguém do lado de lá, dos políticos ou dos poderosos, é que a coisa melhora um pouco. De resto, continuamos como estamos. Jogando conversa fora. Até quando?

Até quando a seleção estiver prometendo bons resultados, a cerveja estiver gelada, o dono do bar aceitar pendurar a conta e o Brasil continuar sendo o país do futuro. Quando chegarmos no futuro, aí a coisa vai melhorar. Será?....